Ouro de Tolo
MAURICIO ALEXANDRE 111 desencadear um ambiente inóspito que transcende o tabuleiro. Será o ataque a melhor defesa ou seria a retranca e o contra-ataque a melhor opção? Cada jogada pode ser decisiva. Basta um descuido de qualquer jogador para perder ingenuamente uma peça importante e o jogo virar. A solução é prestar muita atenção a todos os detalhes do tabuleiro, buscando identificar pistas de movimentos futuros para antecipar-se na defesa e não ser surpreendido com um xeque-mate prematuro. Todo enxadrista conhece o xeque pastor, aquele que em três movimentações acaba com o jogo. Conhecer a forma como cada peça se movimenta e a partir disso procurar antecipar a estratégia do adversário é essencial para desmontá-la e vencer o jogo. Vamos criando vários cenários plausíveis em nossa mente, exercitando técnicas de ataque e de defesa. Obviamente que a maioria dos cenários nunca se confirmará, mas certamente nos alertará para os riscos que tomamos ao nos movimentarmos, permitindo ajustes nos rumos traçados em direção aos nossos objetivos. Assim como no xadrez, antecipar movimentos é crucial para obter um desempenho melhor na vida e também nos investimentos, a partir do desenho de possíveis cenários macroeconômicos e de seus prováveis desfechos, com os impactos que causarão. É preciso paciência para planejar, mas a agilidade é fundamental para garantir que ação ocorra no tempo certo. Em suma, saber o que fazer no momento certo é essencial para assegurar bons resultados. Como dizem os ditados: Para não perder o bonde da história ou para não ficar a ver navios. Durante a tragédia que se anunciava com a aproximação da pandemia às Américas, após já ter feito grandes estragos em outros continentes longínquos, ficamos atônitos e incrédulos, imaginando que seríamos salvos do Covid-19 por algummilagre. Aguardávamos ansiosos por um desfecho de última hora, livrando-nos dessa provação divina. Afinal de contas, a crença popular diz que Deus é brasileiro. Buscávamos justificativas para que o livramento viesse em função de nosso clima tropical que impediria a propagação do vírus entre nós, ou talvez pela descoberta de algum remédio eficaz, ou até mesmo pelo surgimento de uma vacina precoce que chegaria bema tempo de nos salvar dasmazelas da pandemia. Os dias passavam e tudo só piorava com o aumento dos casos, das internações e das fatalidades. Diz o ditado que o pior cego é o que não quer ver. Não será pior aquele que paga para ver, por duvidar do que seus olhos enxergam, permanecendo inerte?NemSãoTomé explica.
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